CIRURGIAS CONVENCIONAIS-LAMINECTOMIAS E DISCECTOMIAS:
Estas técnicas são utilizadas para descompressão do tecido nervoso que está envolvido pela coluna e pode ser utilizada em qualquer região da nossa coluna. Quando o quadro é de doença por estenose do canal da coluna, o principal elemento a ser retirado deve ser o tecido ósseo, embora na coluna cervical, devido ao freqüente uso da técnica por via anterior, também os discos intervertebrais são retirados.
Quando a doença principal é a hérnia de disco, basta na maioria das vezes que seja retirado parte do material discal e conseqüente descompressão das estruturas neurológicas com da técnica da discectomia. Esta é sem dúvidas a cirurgia mais comumente realizada atualmente no mundo. Na coluna cervical em geral se utiliza esta técnica em cirurgia realizada pela porção anterior do pescoço, na coluna torácica dependendo da posição da hérnia, vamos optar pela abordagem anterior ou posterior. Na coluna lombar estamos utilizando sempre a abordagem posterior. No caso do cirurgião realizar discectomia esta retirada é parcial, portanto, não evita a possibilidade de haver recidiva de uma hérnia de disco que pode ocorrer em 5% dos pacientes operados, no mesmo local. No entanto, com as técnicas minimamente invasivas, com microscópio cirúrgico ou vídeoendoscopia o trauma cirúrgico é pequeno e a recuperação rápida, em torno de 2 a 3 dias de internação e de 2 a 4 semanas para o retorno as atividades habituais.
As discectomias lombares podem ser realizadas com anestesia geral ou com anestesia peridural. Em geral, após 6 a 24 horas é possível deambular. Estatisticamente os boms resultados estão na ordem de 95%. Alguns pacientes retornam com recidivas ou permanecem com dores lombares por sentirem a falta do disco destruído parcialmente pela herniação.
Nas discectomias cervicais realizadas por via anterior por haver retirada total do disco podemos indicar a associação de artrodese concomitante.
ARTRODESES DA COLUNA VERTEBRAL:
No final da década de 80 do século passado foram introduzidas novas formas de fixações da coluna com implantes metálicos que podiam substituir corpos vertebrais, discos intervertebrais e unir vértebras por parafusos e hastes. Nos dez anos seguintes estes materiais foram aprimorados e fazem parte cotidiana da maioria das cirurgias de coluna atualmente. A grande vantagem destas técnicas é que podem eliminar as instabilidades devido a desgaste, fraturas ou tumores da coluna. O inconveniente é a perda do mobilidade no ou nos níveis da coluna em que efetuamos a artrodese. Em média a perda esta na ordem de 6% por cada nível da coluna que fixamos. Na coluna toda temos 23 disco intervertebrais.
A década de 90 do século passado foi a que proporcionou os maiores avanços nesta técnica e atualmente podemos proporcionar artrodeses em qualquer porção de nossa coluna e para a grande maioria das doenças como nas hérnias de disco, fraturas de coluna, tumores, infecções e doenças degenerativas.
Os materiais atualmente utilizados são fundamentalmente o titâneo e o PEEK que são excelentes materiais biocompatíveis sem haver rejeição do nosso corpo e com boa ósteointegração. Também não interferem na realização de novos exames de tomografia computadorizada e de ressonância magnética.
Nas hérnias de disco e doenças degenerativas as indicações para se utilizar uma técnica descompressiva como as laminectomias e discectomias ou uma técnica de artrodese deverá ser uma decisão médica a partir do tempo da doença, tipo de dor, se é a primeira hérnia de disco ou uma recidiva. O fator mais importante é a presença ou não de uma instabilidade macroscópica ou microscópica ou se o cirurgião presume que a cirurgia poderá trazer instabilidade na coluna.
O tratamento das fraturas da coluna bem como os tumores pode necessitar uso de materiais de implantes.
Dr. Fernando Schmidt.
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