Espirros, coriza, nariz entupido, dor de cabeça, coceira no nariz, nos olhos, na garganta e no céu da boca. Esse quadro é característico da rinite alérgica que atinge 26% das crianças e 30% dos adolescentes brasileiros. E com a chegada do outono-inverno e as mudanças bruscas de temperatura os pequenos alérgicos ficam mais suscetíveis a crises.
Nesta época do ano, por passar muito tempo em lugares fechados para se abrigar do frio como as salas das creches e escolas, o alérgico fica em contato com vários alérgenos (substâncias que causam alergias), sendo necessário redobrar os cuidados contra os fungos, ácaros, poeira, pelo e saliva de animais domésticos, mofo, bolor, entre outros desencadeadores.
O que é rinite alérgica?
A rinite alérgica é um processo inflamatório da mucosa nasal decorrente de uma reação exagerada a uma ou mais substâncias, chamadas de alérgenos. Devido às características genéticas, o sistema imunológico interpreta uma substância como agressora, reagindo em defesa do organismo e causando os sintomas da rinite alérgica.
A alergia é contagiosa?
A alergia não é uma doença contagiosa. Ela ocorre apenas nos indivíduos que têm predisposição genética. Quando há a predisposição genética, a pessoa vai produzir anticorpos contra substâncias comuns no ambiente, que provocam inflamações no nariz ou nos pulmões. Essas inflamações vão levar aos sintomas alérgicos. O caráter hereditário também contribui para a doença. Se um dos pais for alérgico, há 50% de chances de que o filho também seja alérgico. Se ambos os pais forem alérgicos, essa probabilidade aumenta ainda mais.
A alergia pode afetar o desempenho escolar da criança?
Sim, as alergias podem alterar o comportamento da criança. Segundo o International Study of Asthma and Allergies (ISAAC), 52% dos latino-americanos com rinite alérgica relatam queda de desempenho no trabalho e na escola. Muitas vezes, a doença é desenvolvida ou agravada no próprio ambiente escolar. Fatores como limpeza da lousa, do ar condicionado e a ventilação da sala podem contribuir para o desenvolvimento das alergias. Por isso, é importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais como perda de sono, baixo aproveitamento escolar e faltas excessivas na escola.
Como afastar as crises?
É fundamental manter o ambiente onde a criança está sempre muito limpo e arejado. Lençóis e protetores de berço precisam ser trocados pelo menos uma vez por semana. Outra dica é utilizar capas protetoras de travesseiros e colchões feitas de material plástico ou vinil que são impermeáveis aos alérgenos. A limpeza do chão deve ser feita diariamente com pano úmido seguido de pano seco. Os bichos de pelúcia, tapetes e carpetes devem ser evitados. Nas janelas, a melhor opção é usar persianas, que podem ser limpas com pano úmido, ou cortinas leves, fáceis de lavar.
Como diferenciar alergia de gripe e resfriado?
Determinar quando uma criança apresenta algum tipo de alergia ou apenas um resfriado pode ser muito difícil. Os sintomas são muito similares e, nos dois casos, a criança pode sofrer de espirros, congestão nasal, olhos lacrimejantes e dores de cabeça. Mas alguns sintomas podem ajudar a diferenciar. Os resfriados, normalmente, não causam coceira e irritação nos olhos. Secreção de muco com aspecto transparente é associado a alergias, porém secreções em tons amarelado-esverdeados podem indicar uma infecção.
A rinite alérgica não é uma infecção, mas um processo inflamatório de hipersensibilidade da mucosa que reveste o nariz. Não é contagiosa, não causa febre e costuma ter duração variável, dependendo da intensidade e frequência de exposição aos alérgenos.
O resfriado é uma infecção que pode ser causada por inúmeros vírus, o mais comum é o Rhinovirus que desencadeia obstrução nasal, coriza, espirros e febre baixa. Já a gripe é ocasionada pelo vírus Influenza que costuma provocar sintomas mais intensos que o resfriado como febre alta e dores no corpo, além da obstrução nasal, tosse e espirros.
Como tratar a rinite alérgica?
O ponto principal no controle das doenças alérgicas é a prevenção. O primeiro passo é fazer a limpeza do ambiente e tomar medidas simples para reduzir o contato com substâncias que desencadeiam os sintomas. Além das medidas ambientais, um médico poderá receitar medicamentos para controlar os sintomas e a inflamação na mucosa nasal. Nesses casos, os medicamentos mais frequentemente utilizados são os anti-histamínicos, descongestionantes, corticosteróides intranasais, entre outros. Alguns anti-histamínicos como, por exemplo, a loratadina, proporcionam alívio dos sintomas alérgicos por 24 horas e não causam sonolência. Hoje há medicamentos anti-alérgicos desenvolvidos especificamente para a criança que não contém corante e açúcar.
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