O coração também possui 4 válvulas ou valvas: Aórtica, mitral, tricúspide e pulmonar. As válvulas são estruturas localizadas na saída de cada uma das 4 câmaras cardíacas e impedem que o sangue bombeado retorne para a câmara que o expulsou.
Reparem na figura abaixo que a válvula mitral é composta por 2 folhetos e a aórtica por 3. Estes folhetos se abrem como aquelas portas de saloon em filmes de Velho Oeste. Quando o sangue termina de passar, se fecham, encostando firmemente um folheto no outro.
E o que é o prolapso da válvula mitral (PVM) ?
O PVM é um defeito congênito no tamanho dos folhetos fazendo com que a válvula não consiga se fechar corretamente. Um folheto empurra o outro, fazendo a válvula assumir a forma de um para-quedas, causando o prolapso da mesma em direção ao átrio esquerdo. Veja a figura abaixo.
O prolapso da válvula mitral é uma das causas de regurgitação mitral.
Até há pouco tempo, achava-se que o prolapso mitral era uma alteração muito comum, que acometia de 5% a 10% da população. Como desenvolvimento de ecocardiogramas mais sensíveis, notou-se que boa parte das pessoas que recebiam este diagnóstico, na verdade não tinham PVM, mas sim discretas alteração na anatomia normal da mitral. Estima-se que a prevalência correta esteja abaixo de 2,5% de população.
O prolapso mitral é considerado primário quando não está associado a nenhuma outra doença; familiar quando associado a alterações cromossomais que passam de pais para filhos; ou secundário quando associado a outras patologias como síndrome de Marfan, Síndrome de Ehlers-Danlos, osteogenesis imperfecta ou doença renal policística
. As causas incluem cardiopatia reumática, endocardite infecciosa, prolapso da valva mitral, disfunção isquêmica dos músculos papilares, ruptura das cordas tendíneas
. Aguda: início imediato dos sintomas de edema pulmonar
. Crônica: assintomática durante anos, causando dispnéia de esforço e fadiga
. B1 habitualmente hipofonética; é típico um sopro holossistólico de alta intensidade, aumentado por compressão dos dedos sobre o ápice; B3 comum nos casos crônicos; o sopro não é holossistólico, sendo menos audível na insuficiência aguda
. Anormalidade atrial esquerda e, com frequência, hipertrofia ventricular esquerda no ECG; fibrilação atrialtípica nos casos
crônicos
. O ecocardiograma com Doppler confirma o diagnóstico e estima a gravidade do distúrbio
. Estenose ou esclerose aórtica
. Insuficiência tricúspide
. Miocardiopatia obstrutiva hipertrófica
. Comunicação interatrial
. Comunicação interventricular
. A insuficiência mitral aguda decorrente de endocardite ou ruptura das cordas tendíneas pode exigir cirurgia imediata
. Profilaxia da endocardite infecciosa nos casos crônicos; reparo ciúrgico nos sintomas graves, para disfunção ventricular esquerda (p. ex., fração de ejeção < 55%) ou para cardiomegalia ao ecocardiograma
. OS SINTOMAS LEVES A MODERADOS podem ser tratados com diuréticos, restrição de sódio e redução da pós-carga (p. ex., inibidores da ECA); a digoxina, os betabloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio controlam a resposta ventricular na fibrilação atrial, devendo-se administrar anticoagulação com varfarina
Um sinal Físico menosprezado na insuficiência mitral é o pulso carotídeo, que sobe e desce rapidamente; é bastante útil para distingui-la da estenose aórtica.
Referência
Borer JS, Bonow RO.
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