É certo que não existem regras pré-fixadas a respeito de quantas vezes se deve evacuar diariamente. O "padrão" considerado normal, porém, está em torno de uma evacuação por dia. Caso o paciente apresente um intervalo maior do que três dias entre as defecações, já se pode considerar isso um distúrbio intestinal.
2- Atônica: freqüente
3- Disquésica: ocorre porque a pessoa não evacua no momento em que tem vontade, por falta de tempo ou de local apropriado. O bolo fecal fica parado no reto, que, mesmo distendido, lentamente vai perdendo sua capacidade de contração.
· Sintomas clínicos: pacientes com constipação geralmente reclamam de mal-estar, dor de cabeça, irritabilidade, preocupação com seu estado, insônia, falta de apetite, abdome distendido e náuseas.
· Hemorróidas: com o endurecimento das fezes, o paciente sofre lesões ou dilatações nas veias ao redor do ânus, no momento da evacuação.
· Hérnias: devido ao esforço para evacuar, a pressão exagerada dentro do abdome pode gerar hérnias.
· Fecaloma: a ausência de evacuação por muitos dias pode deixar o bolo fecal muito endurecido, sendo necessária uma "lavagem"(enema), em muitos casos, ou mesmo a retirada por cirurgia, em situações mais graves.
· Outros sintomas e conseqüências: falta de ar após o esforço, angina do peito e até infarto do miocárdio.
O constipado, além de passar por todo esse desconforto, acaba tendo todo o seu lado psicológico afetado, frente ao temor de um problema sério e da ansiedade exagerada que desenvolve.
Nessa categoria encontramos os laxantes de contato, os emolientes, os formadores de bolo, os salinos e os enemas, atuando de diversas maneiras no organismo. Os laxativos de contato agem por meio do estímulo da mucosa do intestino grosso. Isso acaba causando um aumento nos movimentos peristálticos e um acúmulo de fluidos e eletrólitos na luz intestinal. Fazem parte desse segmento medicamentos como Dulcolax e Guttalax, da Boehringer Ingelheim. Na linha de emolientes, a atuação se dá pela lubrificação da mucosa intestinal e do aumento da secreção de líquido pelo intestino.(ex: Humectol). Os laxantes formadores de bolo são substâncias bem semelhantes às fibras vegetais das dietas.(ex: Metamucil). Apesar de amolecerem e aumentarem o volume das fezes, apresentam o inconveniente de demorar dias ou semanas para restabelecer o fluxo normal de evacuações. Também provocam flatulência e distensão abdominal.
O mercado de laxantes conta ainda com os laxantes salinos(ex: Leite de Magnésia) e com os enemas(ex: Fleet Enema). Os salinos agem pela absorção de água do intestino para o interior do bolo fecal, produzindo distensão do colo e aumento de sua motilidade. Já os enemas são soluções líquidas aplicadas via retal, utilizadas em casos mais graves e naqueles onde se faça necessária uma evacuação rápida.
No entanto, o importante para o tratamento da constipação é a conscientização do paciente e sua franca disposição em alterar a rotina. Comida saudável à mesa e hábitos regulares de evacuação são, sem dúvida, as melhores saídas para libertar seu organismo.
· Uso freqüente ou prolongado de laxantes pode levar à dependência e perda da função intestinal normal, assim como diarréia com perda de água, eletrólitos e potássio.
· Evitar indicação para crianças com menos de 6 anos para evitar complicações de outras doenças como apendicite.
· Não utilizar laxantes no intervalo de 2 horas antes ou após a administração de qualquer medicamento.
· Cuidado no uso de lactose em diabéticos.
· O risco benefício deve ser avaliado em pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva.
· Não foi comprovada segurança no uso de laxantes estimulantes e docusato sódico durante a gestação e lactação. O uso de sene, cáscara sagrada e lactulose durante a lactação não é recomendado.
· Precauções em geriatria: o uso repetido de laxantes estimulantes pode aumentar sintomas de fraqueza, falta de coordenação, hipotensão ortostática. Soluções retais podem provocar intoxicação aquosa ou hipernatremia, podendo ocorrer fraqueza, transpiração excessiva, convulsões, choque e coma.
Antes de tomar laxantes, o paciente deve verificar se realmente está constipado: em condições normais, quantas vezes por semana evacua; quando foi a última evacuação. Também descartar a possibilidade de outras doenças subjacentes, como carcinoma de cólon ou obstrução intestinal. Ainda verificar os hábitos alimentares(baixa ingestão de fibras ou alteração brusca na dieta e nas atividades diárias) e se toma algum medicamento que possa causar constipação( uso contínuo de laxantes pode causar constipação).
Para prevenir ou corrigir o problema da obstipação intestinal é necessário ingerir alimentos ricos em fibras alimentares.
A única exceção é o bebê alimentado no seio materno, que pode ficar até cinco dias sem evacuar e depois o faz sem qualquer dificuldade, sem medicação, sem complicações. Quando o bebê não toma leite materno mas outro leite e tem obstipação, pode-se acrescentar mamão, pera, abacate, ameixa-preta, mel e farinha de aveia na sua dieta. Quando tem alguns meses, usam-se verduras folhosas na papinha salgada. Quando são maiores podem ingerir farelo de trigo, germe de trigo, farelo de aveia, trigo para quibe, aveia, arroz integral, milho verde, pão integral, tomate e morangos.
Quem tem intestino preso deve ingerir as frutas em pedaços( com o bagaço) e não na forma de sucos. Peras, mangas, pêssegos e outras frutas devem ser ingeridas com a casca. Também são interessantes repolho, couve-flor, arroz integral, pipoca.
Atualmente já dispomos de bolachas industrializadas ricas em fibras alimentares, mas seu preço é geralmente bem maior do que aquele dos alimentos naturais citados acima.
O farelo de trigo merece comentários especiais. Está à venda nas casas de produtos naturais e em supermercados. É rico em fibras e pobre em calorias, isto é, pode-se consumir grandes quantidades sem causar obesidade. É um alimento praticamente natural. Deve ser adicionado às massas preparadas em casa, feijão, bolinhos de carne e outros alimentos. O farelo de trigo não se dissolve como o açúcar e portanto não se deve colocá-lo em sucos ou leite.
A maioria das pessoas acredita que está comendo uma dieta variada e correta mas, na verdade, há muitos enganos.
Deve-se reduzir o consumo de açúcar, massas, refrigerantes e complementos industrializados em pó.
As frituras constituem uma forma prática( e gostosa) de apresentar os alimentos, mas elas são muito ricas em calorias e favorecem a obstipação, as degenerações dos vasos sangüíneos e as doenças das vias biliares(cálculos, inflamações). A adição de óleo ou azeite às saladas ou às verduras cozidas(sem refogar) é a melhor forma de consumir alimentos do grupo oleoso sem prejudicar a nutrição.
Numa sociedade bem informada, a frigideira provavelmente desapareceria. A dona de casa teria um pouco mais de trabalho mas a alimentação seria menos gordurosa e mais sadia.
Certos medicamentos também podem provocar obstipação: remédios para cólicas intestinais, antialérgicos, antiácidos à base de hidróxido de alumínio, antiinflamatórios não-hormonais, antidepressivos, certos diuréticos, relaxantes musculares e sais de ferro.
Todas as pessoas também devem ter atividade física regular como caminhar, pedalar, nadar, etc. Isto ajuda não só o funcionamento intestinal como também a circulação, respiração, coluna vertebral, musculatura geral do corpo,etc.
1. É perfeitamente normal que os bebês que tomam leite materno fiquem até cinco dias sem evacuar. Não é doença e não devem ser medicados.
2. Excesso de leite( de vaca) em crianças com diversos meses de idade pode causar constipação, principalmente quando a mãe adiciona dextrosol ou complementos farináceos industrializados.
3. Refrigerantes, complementos alimentares em pó e massas devem ser eliminados ou muito reduzidos nas crianças que têm intestino preso.
4. Alimentos indicados são: verduras folhosas, farelo de trigo, germe de trigo, farelo de aveia, trigo para quibe, aveia, arroz integral, frutas em pedaços( com o bagaço).
5. Intestino preso pode formar fezes muito secas e duras que machucam o anel anal e provocam dor ao evacuar. Retardando a evacuação, para evitar a dor, as crianças ficam com as fezes ainda mais duras e pioram a constipação. É um ciclo vicioso em que sofrem a criança, a família e até o médico.
6. Constipação intestinal severa acompanhada de desnutrição e retardo de desenvolvimento infantil sugere o diagnóstico de uma doença denominada "megacolo congênito". O médico deve ser procurado para um esclarecimento completo do problema.
A constipação pode ser um sintoma de um problema mais sério, como uma tireóide pouco ativa, síndrome do intestino irritado, ou câncer, para citar uns poucos. Consulte seu médico se tiver alguns destes sintomas:
· Constipação que dura por várias semanas ou mais;
· Sangue em suas evacuações;
· Dor intensa durante as evacuações;
· Distensão pouco habitual do estômago.
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