Hérnias brancas estomacais e abdominal.

Hérnia de hiato é a protusão do estômago através do orifício pelo qual o esôfago atravessa o diafragma para penetrar na cavidade abdominal. 

Existe um músculo (músculo do esfíncter esofágico inferior) que se abre para permitir a passagem dos alimentos para o estômago e, então, se fecha para impedir que os ácidos estomacais subam para o esôfago. Qualquer alteração nesse mecanismo pode provocar o refluxo gastroesofágico e, conseqüentemente, azia, o sintoma mais comum da hérnia de hiato. 

Incidência 

A hérnia de hiato é mais comum de aparecer especialmente em pessoas mais velhas, obesas e em mulheres multíparas (mulhere que tiveram duas ou mais gestações). 

Sintomas

Embora muitos casos sejam assintomáticos, os principais sintomas da hérnia de hiato são: azia, eructações (arrotos) e refluxo dos ácidos estomacais que podemalcançar a garganta e provocar tosse ou sensação de vômito. É bom ressaltar que azia crônica pode causar úlceras e esofagite, uma inflamação na parede do esôfago. 

Tratamento 

A cirurgia, que pode ser feita por laparoscopia, só é indicada para casos mais graves, uma vez que a hérnia de hiato costuma responder bem ao tratamento clínico. O médico pode prescrever antiácidos e o  Nutricionista pode preescrever uma dieta personalizada e específica para o hérnia de hiato que podem aliviar os sintomas.

Recomendações

·Evitar alimentos gordurosos, muito condimentados e frituras; 

·Procurar não beber álcool nem bebidas gaseificadas; 

·Não fumar; 

·Não usar roupas nem acessórios apertados; 

·Evitar ingerir muito líquido durante as refeições; 

·Fazer refeições menores, mais leves e mais próximas umas das outras; 

·Usar travesseiros mais altos ou colocar pequenos calços na cabeceira da cama; 

·Não comer perto da hora de dormir é medida preventiva muito importante.

Advertência

A hérnia de hiato pode provocar dor semelhante à dor da angina e ser confundida com os sintomas dos ataques cardíacos. Procure assistência médica para um diagnóstico preciso. Não vale a pena correr riscos.

 Hérnia abdominal: cuidado com as complicações!

Por Luiz Alberto Dias de Pádua

A hérnia abdominal, também chamada popularmente como quebradura, é o resultado de uma fraqueza existente na parede interna do abdômen.

Nosso abdômen apresenta camadas que vão da pele à parte interna do abdômen onde estão os órgãos viscerais como o fígado, estômago, intestinos,etc. Para proteger essas vísceras e contê-las dentro da cavidade abdominal é necessária a presença de um tecido resistente de proteção que, mesmo ao nosso esforço exercido sobre a barriga, não deixa estes órgãos se deslocarem para fora. Esta camada resistente chama-se aponeurose. Ela situa-se abaixo da musculatura do reto abdominal e de outros músculos abdominais. É resistente e suporta trações diariamente.

A hérnia ocorre quando há uma protusão do tecido ou órgão através de um defeito da parede interna do abdômen, a aponeurose e apresenta-se através de um ponto fraco natural ou adquirido. Ocorre um abaulamento neste ponto fraco e estruturas saem de dentro do abdômen. O conteúdo das hérnias que atravessam a musculatura na parede abdominal é constituído, habitualmente, por alças intestinais, especialmente do intestino delgado que é muito mais móvel que o intestino grosso. Este conteúdo é envolvido por um saco herniário revestido externamente por pele e internamente por peritônio, que é a delgada lamina de tecido que recobre a cavidade abdominal internamente.

A margem do orifício por onde sai a hérnia denomina – se anel herniário.

A hérnia surge decorrente de vários fatores: 

1 - esforço exagerado sobre o abdômen sacrificando a aponeurose que não resiste em um determinado ponto e suas fibras cedem a pressão e apresenta o orifício da hérnia.

2 - Com o aumento do tecido gorduroso no abdômen pela obesidade ocorre um aumento de peso sobre a barriga e propicia sobre a ação da gravidade um esforço maior da aponeurose em manter os órgãos internos no abdômen.

3 - O umbigo é o local por onde o feto foi alimentado durante a vida uterina. No umbigo não existe proteção muscular como no restante da parede abdominal, ele se mantém fechado por uma fibrose constituída por tecido cicatricial. Quando desde a vida uterina esta proteção é mais fragilizada, ocorre a formação do anel herniário. Quando nasce este anel permanece mesmo após a queda do cordão umbilical. É uma fraqueza já ocorrida deste a formação do bebe. 

4 - A hérnia abdominal que ocorre sobre uma cicatriz operatória é adquirida porque o enfraquecimento da parede abdominal é consequência direta da cirurgia. Por causa da cirurgia a aponeurose fica mais fraca pelo corte que foi feito para ser possível realizar a abertura da cavidade abdominal. Este ato enfraquece o local operado e a hérnia surge ao esforço pós – operatório.

Tipos de hérnias

Hérnia inguinal indireta: Na vida intra-uterina, o testículo e o ovário localizam-se dentro do abdômen, junto ao rim. Durante a vida fetal, o testículo migra dessa área intra-abdominal para a bolsa escrotal. Esse trajeto deixa um ponto fraco na parede abdominal, suscetível à formação da chamada hérnia inguinal indireta.

Na mulher, o ovário migra para dentro da bacia. Por essa razão, existe hérnia inguinal indireta no homem e na mulher, mas a incidência é muito maior no  sexo masculino. De fato, esta é a hérnia mais frequente do organismo.

Hérnia inguinal direta: ocorre quando um ponto fraco origina-se "diretamente" na parede abdominal próximo à região inguinal baixa junto à linha média.

Hérnia crural: Junto à coxa existe um orifício denominado anel crural por onde passam músculos, vasos e nervos que dão motricidade e sensibilidade para o membro inferior. Esse local se constitui num ponto fraco onde podem surgir hérnias denominadas de hérnias crurais.

Hérnia umbilical: é frequente no recém-nascido e quase sempre fecha espontaneamente. O umbigo, no entanto, permanece como um ponto fraco através do qual pode se originar hérnia, na vida adulta.

Hérnia epigástricas: Os músculos da parede lateral do abdômen se entrecruzam na linha média, formando uma estrutura fibrosa de tipo cicatricial muito firme, denominada linha branca. Por essa estrutura passam vasos sanguíneos que vão irrigar a parede abdominal. Alargamento lento e progressivo do trajeto desses vasos pode dar origem às chamadas hérnias epigástricas.

Hérnias incisionais: ocorrem como complicação de cirurgias. A causa mais frequente é infecção do ferimento operatório que destrói os pontos da cirurgia. Isso era muito frequente antigamente, quando os métodos de assepsia eram menos eficientes e os fios de sutura não tinham a qualidade dos atuais. Estes, além de mais resistentes, provocam menos reação do organismo e, por consequência, menos infecções

A complicação das hérnias

As hérnias podem, durante muitos anos, não incomodar os seus portadores. Quem tem, sente o abaulamento, o caroço no abdômen e observa que a hérnia aparece e some à medida que fazem esforços e repouso respectivamente, sem causar dores.

Há momentos que a hérnia pode doer, principalmente as hérnias que contêm intestino delgado. Estas podem aumentar as dores até mesmo numa refeição mais ¨carregada¨ que requer um esforço mais maior da digestão, como é o caso de uma feijoada.

A hérnia pode ficar muito protusa no abdômen e não conseguir retornar para dentro da cavidade abdominal.

Neste caso temos que tentar com as mãos recoloca-la para dentro. Normalmente é fácil reintroduzir o conteúdo da hérnia para dentro do abdômen. Essa manobra é designada redução. Em outras ocasiões, especialmente em hérnias mais antigas, o conteúdo pode ficar permanentemente preso dentro do saco herniário e não se consegue reintroduzi-lo no abdômen, ou seja, não se consegue reduzir a hérnia. É a hérnia encarcerada, isto é, aquela cujo conteúdo ficou permanentemente preso fora da cavidade abdominal. A complicação grave das hérnias é seu estrangulamento. Quando o intestino torce dentro do saco herniário, interrompe-se o trânsito de seu conteúdo e comprimem-se os vasos sanguíneos que o irrigam. A torção, provocando obstrução intestinal, se caracteriza, clinicamente, por cólicas abdominais e parada da eliminação de gases e fezes. A compressão dos vasos sanguíneos tende a produzir gangrena da alça intestinal torcida e ruptura posterior da mesma, provocando infecção grave que se estende para toda a cavidade peritoneal, ou seja, provoca o quadro grave de peritonite aguda e se não operado de emergência, o paciente pode vir a óbito.

O tratamento

O tratamento é cirúrgico. Este pode ser realizado eletivamente, quando o portador não apresenta urgência médica. É quando ele não tem encarceramento e por isso pode programar a cirurgia. A cirurgia eletiva é o melhor método a ser realizado pois o paciente esta bem de saúde, fez os exames pré-operatórios e não corre nenhum risco de complicação clínica ou pós-cirúrgica.

Quando ocorre a cirurgia de urgência para hérnia, aumentam a chances de complicações como recidivas, infecções e o estado clinico do paciente pode não estar bom e apresentar complicações durante o ato operatório.

Portanto, cuide-se bem. Ao perceber o surgimento de abaulamentos sobre a parede abdominal, procure um médico. Você pode estar com hérnia.