Doença vertebral degenerativa.

Muitos dos problemas da coluna são causados por processos degenerativos dos discos intervertebrais. Tudo o que você fizer durante o dia, desde o momento que levanta da cama, é um constante teste para a capacidade que tem a sua coluna de suportar das pressões do seu próprio peso. Com o tempo, os estresses e as lesões menores do dia a dia poderão começar a afetar os discos da sua coluna. Poderão ocorrer lesões pequenas no disco sem que haja, necessariamente, dor no momento inicial destas lesões. Entretanto, com o decorrer do tempo e com o somatório destas lesões, o disco poderá sofrer fissuras e rupturas. Ou seja, poderá começar a se degenerar.

Causas

A doença discal (discopatia) degenerativa pode afetar um ou vários discos intervertebrais. Existe um disco entre cada uma das vértebras da sua coluna. Os discos são destinados para absorver pressões e para manter a coluna vertebral flexível, atuando como amortecedores de choques durante o movimento. Sem os discos, as vértebras da sua coluna não conseguiriam movimentar-se nem teriam capacidade para absorver os estresses. Os ossos não conseguem sustentar altas pressões repetidamente sem que fiquem lesados. A maior parte dos estresses mecânicos proovocados pela movimentação diária são absorvidos pelos discos.

   A saúde do disco intervertebral depende, fundamentalmente, de uma adequada quantidade de água no núcleo pulposo. O conteúdo aquoso proporciona ao núcleo uma capacidade de distribuição de cargas semelhante a de um colchão de água.

Pressão excessiva ou lesões repetitivas podem causar dano ao ânulo fibroso, o anel externo do disco intervertebral. Geralmente esta é a primeira porção do disco a ficar lesada. Pequenas fissuras começam a formar-se neste anel externo. Estas fissuras podem curar através da produção de um tecido cicatricial, entretanto, este tecido cicatricial jamais terá a mesma resistência do anel fibroso original. Com o tempo, quanto mais tecido cicatricial for formado, mais fraco será o disco vertebral. Eventualmente, estas lesões podem atingir o núcleo gelatinoso interno do disco (núcleo pulposo), fazendo que este comece a perder água, entrando em um processo de desidratação progressivo.

   Devido a perda progressiva de água, os discos perdem a sua capacidade de atuarem como amortecedores das pressões exercidas sobre a coluna. Isso leva mais estresse ao anel externo produzindo mais fissuras, fazendo com que este processo de produção de lesões se transforme em um circulo vicioso. Com a perda progressiva de água existe um contínuo achatamento do disco, fazendo com que as vértebras vizinhas se aproximem umas das outras. Isso leva, consequentemente, a uma alteração também da altura das facetas articulares posteriores, fazendo com que estas passem, então, a trabalhar com muito maior fricção.

   Esporões ósseos (bicos de papagaio) podem começar a formar-se próximos ao espaço do disco intervertebral. Estes esporões podem também formar-se ao redor das facetas articulares. Estes esporões também tornam-se um problema quando crescem para dentro dos espaços por onde as raízes espinhais saem da medula espinhal (forames). Esta condição é chamada de estenose espinhal.

A Dor Discógena

Dor discógena é aquela dor originada pela degeneração do disco intervertebral. A degeneração do disco causa dor do tipo mecânico, ou seja, movimentos na região lesada do disco resultam em dor. Isso é similar ao que acontece em uma lesão em qualquer outro local do seu corpo, como um osso quebrado ou um corte na pele. Quando estas lesões são tratadas com cuidado, não existe dor. Entretanto, se você mover o osso quebrado ou esticar a pele próxima de um corte, isso causará dor.

A dor discógena geralmente causa dor no local próximo ao disco lesado. Entretanto, pelo fato do disco localizar-se próximo a estruturas nervosas, a dor poderá ser transmitida para o território de ação do nervo atingido (dor irradiada). Devido a isso, discos degenerados na região lombar podem provocar dor nas nádegas e nos membros inferiores, assim como, na própria região lombar.