Linguagem facial.

Estamos em permanente contacto com os outros na nossa vida quotidiana. No entanto, utilizamos outros métodos para além da fala para comunicar uns com os outros. A expressão facial, o tom de voz, a postura e os gestos constituem uma série de sinais sem palavras intimamente relacionados com as nossas emoções e com os nossos sentimentos. Estes sinais são interpretados pelo cérebro, embora não tenhamos consciência da sua existência. É por esta razão que, regra geral, intuitivamente sentimos se estamos ou não em boa companhia. Defeitos cerebrais podem reduzir a nossa capacidade de utilizar a expressão facial e a leitura da linguagem corporal.

O rosto expressa todos os sentimentos

O nosso rosto reflecte os nossos sentimentos e os nossos músculos faciais são controlados pelo cérebro. Utilizamos espontaneamente as mesmas expressões quando estamos felizes, com medo, surpreendidos, zangados, infelizes ou sentimos aversão, independentemente dos nossos antecedentes culturais. Utilizamos todas as outras expressões de forma diferente. Algumas pessoas são capazes de facilmente controlar ou reprimir a sua expressão facial. Podem, por exemplo, sorrir educadamente mesmo que sintam ódio relativamente à pessoa que está à frente delas. O cérebro do receptor, no entanto, compreende imediatamente que se trata de um sorriso falso. Embora, os cantos dos lábios fiquem para cima, somente um sorriso genuíno fará aparecer as rugazinhas à volta dos olhos. Os nossos músculos dos olhos estão para além do controlo da vontade. São controlados pelo lobo frontal. Um sorriso genuíno é mais simétrico do que um falso.

A nossa linguagem corporal fala mais alto do que as palavras

Reflectimos e utilizamos parte da nossa linguagem corporal de uma forma bastante consciente. Por exemplo, quando queremos enfatizar algo com os dedos fazemos o gesto... ou o gesto: está maluco. A utilização da linguagem gestual é mais comum na Europa do Sul e nos países Árabes do que no Norte da Europa.

Outros elementos da linguagem corporal ocorrem de uma forma muito inconsciente. Por exemplo, quando parece que já nada vale a pena fazer sentamo-nos numa posição curvada, coçamos o pescoço ou cruzamos os braços para manter os outros afastados. As pessoas à nossa volta, no entanto, farão a leitura e processamento tanto dos nossos sinais corporais inconscientes assim como dos conscientes. De facto, a linguagem corporal comunica melhor do que as palavras. Há quem acredite que as palavras representam cerca de 7%, a forma de falar 38% e a linguagem corporal tanto como 55% na comunicação entre as pessoas.

A linguagem corporal é tão única como as impressões digitais

Quando sorrimos, damos um aperto de mãos, assoamos o nariz ou calçamos os sapatos os métodos são os mesmos. Cada actividade tem o seu próprio padrão de movimento definido que foi armazenado no cérebro. Por isso, o actor é confrontado com um trabalho muito exigente quando assume a linguagem corporal de outra pessoa.

Danos cerebrais podem danificar o nosso sentido de conveniência

Uma pessoa que chama a atenção sobre si própria falando exageradamente alto, dando nas vistas ou uma pessoa desgastada e insensível, frequentemente experimentam dificuldades em situações sociais. Têm um mau sentido de conveniência e não têm consciência da irritação que provocam. Pessoas que tenham sofrido um traumatismo craniano grave ou que sejam afectadas por demência senil, por uma hemorragia cerebral, por depressão ou outros tipos de danos cerebrais podem experimentar problemas na leitura e na expressão da linguagem corporal.