Esclerodermia-Doença que enrijece a pele e afeta órgãos internos é pouco conhecida Esclerodermia é condição pouco compreendida mesmo pelos médicos.
Na forma sistêmica da enfermidade, esôfago é afetado em 90% dos casos.
A esclerodermia, doença autoimune capaz de trazer sérias complicações à pele e a órgãos como esôfago e pulmões, ainda é desconhecida de grande parte dos profissionais de saúde no Brasil. Com diagnóstico difícil e, no máximo, 300 casos por milhão no mundo, portadores da doença no país reclamam da dificuldade para explicar e tratar a patologia, na qual o sistema de defesa do organismo ataca as próprias estruturas do corpo.
A doença ganhou destaque na imprensa em novembro por conta do caso de Susan Johnson, britânica de 61 anos com uma pele “similar” a de uma pessoa com 40, uma consequência do excesso de colágeno produzido pelo corpo. A substância é uma proteína capaz de revitalizar a pele, mas em doses excessivas causa espessamento e endurecimento, dificultando o movimento de mãos, boca e pálpebras.
“Há um estímulo para que os fibroblastos, células que produzem colágeno, façam uma megaprodução. O colágeno fica muito proliferado. As fibras ficam uma em cima da outra, se acumulam e vão deixando a pele dura”, explica Percival Sampaio-Barros, médico reumatologista da Universidade de São Paulo (USP). O especialista é chefe do Ambulatório de Esclerodermia da universidade e presidente da Comissão de Esclerose Sistêmica da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
O aspecto jovem da pele acontece pelo enrijecimento causado pelas fibras colágenas, mas isso não traz alegria aos seus portadores, que certamente prefeririam ficar com algumas rugas e flacidez, mas sem os outros transtornos trazidos pela doença”
Aldo Toschi, conselheiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Mas a pele só é a única afetada na versão menos agressiva da doença, a esclerodermia localizada. Nela, os órgãos internos não são acometidos. Existe também a esclerose sistêmica, na qual estruturas como esôfago, estômago, rins, coração e pulmões podem ter o seu funcionamento prejudicado, abrindo espaço para uma série de sintomas paralelos. Ambas não são contagiosas e não há indicações de que sejam hereditárias.
unto com a grande produção de colágeno, a doença é causada por alterações no sistema de circulação do corpo, com vasos mais constritos e com a atuação irregular dos linfócitos no corpo.
A causa para a esclerodermia não é conhecida, mas quando os médicos conseguem identificar a doença a tempo, é possível controlar os sintomas. Até dois terços dos pacientes conseguem levar vidas relativamente tranquilas, mantendo suas atividades e trabalhando.
Foi o caso de Rosângela Castro, 54 anos, moradora de Petrópolis (RJ) até 2009. Comerciante, é portadora de esclerose sistêmica. Após passar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 1994 por causa de uma falta de ar intensa, com febre e dores nas costas, ela foi atendida por uma médica que, durante uma conversa, notou manchas na pele da paciente.
“Estava brilhante, havia manchas vermelhas na face. E o contato com o frio deixava minhas mãos roxas”, conta Rosângela. “A médica pediu um exame de autoanticorpos e a doença foi diagnosticada.” Neste ano, com a piora das dores nas articulações e o avanço da doença, a comerciante se viu obrigada a ficar em casa.
“Até então, eu ia empurrando com a barriga. Tinha crises de hipertensão por causa da medicação para controlar a doença, dores nas articulações. Há gente que tem úlceras digitais, como consequência do fenômeno de Raynaud. Eu tenho a síndrome, mas nunca tive as dores”, explica Rosângela.
Estava brilhante [a pele], havia manchas vermelhas na face.
Fora o contato com o frio, que deixava minhas mãos roxas”
O frio de Raynaud
Pacientes com esclerose sistêmica normalmente convivem com o fenômeno de Raynaud, constante nos casos de esclerose sistêmica e esclerodermia localizada. A síndrome causa a constrição de vasos sanguíneos a cada estímulo frio. Durante o inverno, os pacientes precisam redobrar a atenção para proteger as extremidades do corpo, que em alguns casos chegam a apresentar ulcerações. Pode ser preciso, em casos mais graves, recorrer a amputações.
“O vaso sanguíneo em si não chega a entupir, mas sim o leito para passagem de sangue. É um fenômeno muito comum, pode ocorrer em 2% a 5% das mulheres jovens, mas só 1% desse grupo vai evoluir para uma doença autoimune como a esclerose sistêmica. Em homem também é raro”, afirma Percival. “Mas é a manifestação mais dolorosa da esclerodermia, os pacientes reclamam bastante.”
A família de Ana Veríssimo Florezi conhece bem os incômodos causados pela enfermidade. A filha da moradora de São João da Boa Vista (SP), Ana Paula, de 28 anos, sofre de esclerose sistêmica desde 1999. “Ao voltar do colégio, ela ficava muito cansada ao caminhar. Conforme o tempo foi passando, as mãos dela começaram a ficar roxas, com manchas”, conta a mãe.
“Ninguém descobriu o que era aqui na minha cidade, passei com minha filha por vários médicos. Uns falavam que era depressão, outros falavam que era coluna. Até que o único reumatologista que a gente tinha aqui afirmou que era lúpus [outra doença autoimune]”, conta Ana Veríssimo.
Cinco anos se passaram desde o diagnóstico errado. Ana Paula começou o tratamento correto só em 2004. A mãe coordena rigorosamente o cronograma de remédios a serem tomados. “Ela toma Imuran [imunossupressor], calcort [cortisona], tramal [analgésico], peridal [para o estômago], sildenafril [composto presente no Viagra, para circulação], trental [pentoxifilina]. Ela ainda usa lágrimas artificiais, aplicadas a cada duas horas, pois os olhos ficam secos”, elenca Ana Veríssimo.
“Sempre comprei todos os remédios, contando com ajuda de meus amigos. Há um ano, entrei com um mandado de segurança para obter a medicação, é um direito que ela tem, mas na prática, até eu conseguir os remédios demora muito. Já chegamos a ficar dois meses sem receber a medicação. Durante esse tempo, como minha filha não pode ficar sem, deixei de pagar minhas contas para comprar o que ela precisava”, lamenta a mãe.
Muito além da “dermia”
O órgão afetado com maior frequência na forma sistêmica da doença é o esôfago (90% dos casos). A estrutura liga a boca ao estômago, sendo responsável pelo transporte de comida. Para isso, conta com movimentos conhecidos como peristálticos. “Quem tem esclerodermia possui disfagia, que é uma dificuldade para engolir”, diz Percival.
Ninguém descobriu o que era aqui na minha cidade, passei com minha filha por vários médicos. Uns falavam que era depressão, outros falavam que era coluna.
Até que o único reumatologista que a gente tinha aqui afirmou
que era lúpus”
Ana Veríssimo Florezi, sobre a dificuldade para identificar a doença da filha no interior paulista
Os pulmões também são acometidos com regularidade (40% a 50% dos casos). “Há uma falta de ar progressiva, o paciente passa a ter o órgão endurecido – é a fibrose pulmonar. Além disso, existe o problema da hipertensão, causada pelo acometimento da artéria pulmonar. É necessária uma maior pressão para bombear o sangue nos pulmões”, explica o médico.
Complicações também podem surgir no estômago (lentidão na digestão), intestino (diarreias, prisões de ventre), rins (insuficiência renal aguda) e coração (insuficiência cardíaca, inflamação nas membranas que recobrem o órgão e arritmias), cada uma em menos de 15% dos casos.
Quanto ao rosto, é comum que os pacientes pareçam ter a pele esticada, com diminuição dos lábios e da boca e o afilamento do nariz. “Os pacientes relatam que estão com uma espécie de ‘máscara’ na cara, com a pele endurecida”, diz Percival. Por fim, as mãos também sofrem com a rigidez do órgão, ficando em forma de garra, com movimento reduzido.
Dermatologia com reumatologia
Na modalidade localizada, a esclerodermia se manifesta apenas na pele, deixando o órgão mais espesso. Essa é uma consequência da produção exagerada de colágeno. Apesar de aparecer em cremes de rejuvenescimento, no caso dos esclerodérmicos, a dose extra da substância não traz bem nenhum.
“O aspecto jovem da pele acontece pelo enrijecimento causado pelas fibras colágenas, mas isso não traz alegria aos seus portadores, que certamente prefeririam ficar com algumas rugas e flacidez, mas sem os outros transtornos trazidos pela doença”, diz Aldo Toschi, conselheiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Os transtornos são confirmados por Fernanda Savarege, portadora de esclerodermia localizada há cinco anos. “Começou na minha coxa. O primeiro médico a que fui disse que era mancha de sol e passou um clareador à base de ácido”, explica. “Foi difícil no início, pois na internet há umas fotos horríveis. Pesquisei um pouco para tentar entender. É uma doença que varia muito de pessoa para pessoa. Quanto aos médicos também foi complicado, fui a cinco dermatologistas e a dois reumatologistas.”
Como muitos pacientes são normalmente encaminhados a dermatologistas, especialistas dessa área precisam trabalhar em parceria com reumatologistas para os casos mais severos. “Os dermatologistas, normalmente, fazem o diagnóstico e trabalham com as formas localizadas segmentares, mas é preciso trabalhar em conjunto para os pacientes que apresentam manifestações em todo o corpo”, explica Aldo.
Divulgação e prevalência
A luta dos portadores da doença resultou na criação da Associação Brasileira de Pacientes com Esclerose Sistêmica (Abrapes), fundada por Percival para divulgação e para promover ações que melhorem a condição dos pacientes. Há também uma comunidade na rede social Orkut que conta com 700 membros. Nela há informações sobre sintomas e relatos.
Têm ocorrido, recentemente, iniciativas de esclarecimento sobre a doença, no Brasil e no exterior. O primeiro congresso mundial sobre esclerose sistêmica aconteceu em 2009 e foi realizado na cidade de Florença, na Itália. O próximo deverá ser realizado em 2012, em Madri, capital espanhola.
Sobre a falta de conhecimento, Percival Sampaio-Barros acredita que o preparo está mudando. “Há vinte anos, quando comecei, havia poucos profissionais na área. É um paciente difícil, que exige acompanhamento, o tratamento é específico para cada órgão, há um número pequeno de profissionais interessados”, explica o médico. “No Brasil, a melhora no diagnóstico tem trazido resultados recentes, com os pacientes podendo ter os sintomas controlados antes.”
Não há estudo sobre a prevalência da doença no Brasil. “É possível dizer que vem aumentando. No momento em que surgem novas modalidades terapêuticas, é importante que se diagnostique o paciente o mais rápido possível: exame de autoanticorpos ou pela capilaroscopia periungueal, para pacientes que ainda não tiveram a pele espessada”, diz Percival.
Fonte G1
Uma nova pesquisa, feita nos Estados Unidos, verificou uma importante associação entre oconsumo de bebidas energéticas e o risco de desenvolver alcoolismo.
O estudo, que será publicado na edição de fevereiro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, avaliou dados de mais de 1 mil estudantes universitários, dos quais 10,1% disseram ingerir energéticos pelo menos uma vez por semana.
Segundo o trabalho, aqueles com elevado consumo de energéticos (52 vezes ou mais por ano) apresentaram risco significativamente maior de desenvolver dependência de bebidas alcoólicas e se embebedavam mais e mais cedo (com relação à idade) do que os demais.
O estudo destaca que os energéticos contêm bastante cafeína e podem levar ao desenvolvimento de outros problemas, além da perda de sono. Segundo o trabalho, uma importante preocupação é que a mistura de energéticos com bebidas alcoólicas pode levar a um estado de “embriaguez desperta”, na qual a cafeína mascara a sensação de embriaguez sem reduzir os prejuízos causados pelo estado.
O resultado é que o usuário se sente menos bêbado do que realmente está, o que pode levar a consumir quantidades ainda maiores de bebida. “Os resultados reforçam a necessidade de maiores investigações a respeito dos possíveis efeitos negativos para a saúde das bebidas energéticas e dos riscos de seu consumo misturado com o álcool”, destacaram os autores.
“A cafeína não se opõe ou cancela os prejuízos associados com a embriaguez, ela apenas disfarça os marcadores mais óbvios desse estado. O fato de que não há regulação a respeito da quantidade de cafeína nas bebidas energéticas é desconcertante”, disse Amelia Arria, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa.
Fonte Info
Tomar um copo de cerveja por dia faz bem para a saúde, diz estudo
Pesquisa da Unicamp diz que substâncias presentes na bebida retardam o envelhecimento
A cerveja, bebida alcoólica número um dos brasileiros, pode trazer benefícios para a saúde, mas desde que consumida com moderação.
Um estudo recente feito pela Unicamp (Universidade de Campinas) revela que consumir um copo de cerveja por dia pode ajudar no combate à anemia e até prevenir doenças cardíacas.
A professora de farmácia Helena Godoy, que conduziu a pesquisa, explica que substâncias presentes em alguns dos ingredientes da cerveja, como o malte e o lúpulo, retardam o envelhecimento do organismo e podem trazer a longevidade.
A especialista, no entanto, faz um alerta. Ela lembra que os benefícios só são garantidos quando o consumo não excede os limites. Além disso, afirma que o objetivo de seu estudo não é incentivar o hábito de beber.
- Não quero incentivar quem não toma cerveja. Mas, a quem toma, que tome com moderação e saiba que essa cerveja também pode trazer benefícios.
Outra dica para quem quer ter uma alimentação saudável é o suco de luz do sol. A curiosa novidade, uma mistura de legumes, verduras e frutas, promete benefícios como o emagrecimento e o combate ao mau hálito.
Veja, no vídeo abaixo, os mitos e as verdades para ter hábitos corretos na hora de fazer refeições. Artistas convidados, como a atriz Bruna di Tulio, a Banda Dejavú, o cantor Felipe Dylon e a apresentadora Gianne Albertoni, falaram sobre seus costumes e deram dicas de saúde.
Fonte R7
Um estudo da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, sugere que dormir comluzes acesas – seja da televisão, do smartphone ou do corredor – pode provocarproblemas de saúde, como câncer de mama, distúrbios do sono, ganho de peso e atédepressão.
A pesquisa, envolvendo 16 hamsters, estabeleceu uma ligação entre exposição à luz e depressão. No experimento, todos os animais passavam 16 horas por dia sob luzes fortes e, durante as oito horas restantes do dia, metade ficava na escuridão total e a outra metade ficava sob luzes luzes fracas, semelhante às emitidas por uma televisão ligada.
Após 8 semanas, os hamsters que estavam em constante exposição à luz tiveram o desempenho significantemente prejudicado em uma série de testes de humor – por exemplo, eles beberam 20% menos açúcar que o resto do grupo e desistiam muito mais cedo em uma atividade de natação.
Além disso, os pesquisadores notaram diferenças no cérebro que indicaram menos comunicação entre as células nervosas, algo também observado em pessoas com depressão grave.
A explicação destas diferenças pode estar ligada à melatonina, que é produzida quando estamos no escuro. Com até mesmo a menor quantidade de luz durante a noite, o corpo libera a quantidade errada de melatonina. O hormônio age como um antioxidante, regulando nosso ciclo biológico e nos ajudando a adormecer, além de controlar a liberação de outros hormônios.
Fonte Galileu
Alimentos com cereais integrais ajudam a diminuir a absorção do açúcar e, portanto, a controlar o diabetes
Dia do Diabetes é neste domingo (14); aprenda dicas de alimentação.
Não é fácil a vida dos diabéticos. Cheia de privações, sua dieta alimentar precisa ser leve, pobre em açúcares e rica em fibras.
Para alertar a população sobre os perigos desta doença que se tornou um dos principais males que atingem os brasileiros, este domingo (14) foi transformado no Dia do Diabetes.
Para quem sofre da doença, ficar longe de doces ultracalóricos é difícil, mas importantíssimo para controlar as taxas glicêmicas no organismo.
Mas o controle não termina aí, alerta Flávia Bulgarelli, mestre em nutrição pela Escola Paulista de Medicina e integrante da Casa Movimento.
Trocar alimentos que levam farinha branca por produtos à base de farinha integral é outra dica importante para os diabéticos. O mesmo vale para o arroz: o ideal é manter distância do tipo refinado.
- Eles devem ainda evitar sal e alimentos ricos em gorduras trans e saturada, pois elas elevam o colesterol, aumentando as complicações. Isso significa que frituras e carnes gordas não devem fazer parte do cardápio. O mesmo vale para sorvetes de massa, bolos prontos e biscoitos recheados.
Tirar o sal das receitas é difícil, mas não impossível. A saída é investir em temperos naturais, como alho, cebola, salsa, orégano, açafrão e outras especiarias.
Já as verduras, os legumes e os cereais, ricos em fibras, ajudam a minimizar o impacto de substâncias que, no corpo humano, acabam tendo um efeito nocivo, afirma Fernanda.
- As fibras, principalmente do tipo solúvel, promovem a redução da absorção de glicose pelo sangue.
No time dos aliados dos diabéticos, estão ainda os peixes ricos em gorduras do tipo ômega (como o salmão, a sardinha, o atum, a cavalinha e o brasileiríssimo pintado).
Entre os óleos mais indicados, estão os de canola e de linhaça, que, segundo a nutricionista, “auxiliam na prevenção do desenvolvimento da resistência à insulina”. Além disso, beneficiam o funcionamento do sistema cardiovascular e do cérebro.
Manter uma rotina regular de exercícios físicos é outro passo fundamental para conviver com o diabetes sem drama, afirma Natalia Lautherbach, pós-graduanda em nutrição clínica e integrante da rede Mundo Verde.
- O mesmo vale para o acompanhamento médico constante.
Alimentos ou remédios?
Segundo Fernanda, atualmente, a ciência tem encontrado em alimentos como a chicória, a banana [ainda verde] e a batata do tipo yacon [nativa da região andina] verdadeiros remédios no controle das taxas de açúcar sanguíneo.
– Uma das possíveis explicações [no caso da yacon] seria a quantidade de fruto-oligossacarídeos, conhecidos como FOS, que se transformam em uma espécie de gel ao serem ingeridos. Uma vez no intestino, essa substância é capaz de retardar a absorção de glicose.
Doce veneno
Muita gente costuma achar que o mel está liberado. Trata-se de um engano. Faz tão mal quanto açúcar. Doce, só se for dietético, sempre feito com adoçante (aquele específico para preparo de receitas culinárias).
À mesa, é bom trocar o tipo de produto usado para adoçar principalmente sucos, cafés e outras bebidas a cada três meses.
Quando bater aquela vontade de comer doce, o ideal é optar por uma fruta. Em porções reduzidas, todas estão liberadas, já que são fontes de fibras. Mas, em excesso, podem aumentar a taxa glicêmica.
Grelhadas, assadas ou fervidas com canela, maçãs, bananas e peras se tornam sobremesas bastante saborosas.
Segundo urologista, calor do aparelho prejudica espermatozóides.
Temperatura dos testículos sobe em média 2,5 graus com uso de PCs.
Usar um laptop no colo, como o nome da máquina sugere (‘lap’ em inglês significa ‘colo’), pode não fazer bem à saúdereprodutiva masculina, de acordo com um estudo.
E há pouco que se possa fazer quanto a isso, além de usar a máquina sobre uma mesa, disse Yelim Sheynkin, urologista da State University of New York em Stony Brook e coordenador do estudo publicado pela revista Fertility and Sterility.
No estudo, termômetros foram usados para medir a temperatura dos escrotos de 29 jovens que tinham laptops apoiados sobre os joelhos. Mesmo com um suporte sob o computador, os escrotos dos participantes se superaqueciam rapidamente.
“Milhões e milhões de homens usam laptops hoje em dia, especialmente na faixa de idade mais propensa a reprodução”, disse Sheynkin. “Depois de apenas 10 ou 15 minutos, a temperatura de seus escrotos já está acima do que consideramos seguro, mas eles nem percebem”, acrescentou.
De acordo com a American Urological Association, quase um em cada seis casais dos Estados Unidos enfrenta problemas de concepção. Em cerca de metade dos casos isso se deve a infertilidade masculina.
Sob circunstâncias normais, a posição dos testículos fora do corpo os mantêm alguns degraus mais frios que o restante do organismo, o que é necessário para produção de esperma.
Nenhum estudo havia pesquisado o efeito dos laptops sobre a fertilidade masculina, até agora, acrescentou Sheynkin. Mas pesquisas anteriores demonstraram que aquecer o escroto em mais de um grau é o bastante para danificar os espermatozoides.
Ainda que fatores gerais de saúde e estilo de vida tais como nutrição e uso de drogas possam afetar a saúde reprodutiva, jeans e cuecas apertados em geral não são considerados fator de risco, porque as pessoas se movimentam quando os usam.
Mas apoiar um laptop sobre os joelhos, no entanto, exige manter as pernas imóveis e fechadas. Depois de uma hora nessa posição, os pesquisadores constataram que a temperatura dos testículos sobe 2,5 graus.
Um suporte para o laptop mantém a máquina mais fria e impede transferência de calor à pele, mas Sheynkin alertou que isso não ajuda muito a refrigerar os testículos e pode oferecer uma falsa sensação de segurança.
Fonte G1
Pesquisadores computaram danos causados ao usuário e aos que o cercam.
Um estudo britânico que analisou os danos causados aos usuários de drogas e para aspessoas que os cercam concluiu que o álcool é mais prejudicial do que a heroína ou ocrack.
O estudo divulgado na revista científica “Lancet” classifica os danos causados por cada substância em uma escala de 16 pontos.
Os pesquisadores concluíram que a heroína e a anfetamina conhecida como “crystal meth” são mais danosas aos usuários, mas, quando computados também os danos às pessoas em redor do usuário, no topo das substâncias mais nocivas estão, na ordem, o álcool, a heroína e o crack.
O cigarro e a cocaína são considerados igualmente nocivos também quando se leva em conta as pessoas do círculo social dos usuários, segundo os pesquisadores. Drogas como LSDe ecstasy foram classificadas entre as menos danosas.
Apolítica
Um dos autores do estudo é David Nutt, que ocupou o cargo de principal conselheiro do governo britânico para a questão das drogas.
Após deixar o posto, no ano passado, ele formou o Comitê Científico Independente sobre Drogas, instituição que se propõe a investigar o tema de forma apolítica.
O professor Nutt afirma que “considerados os danos totais, o álcool, o crack e a heroína são claramente mais prejudiciais que todas as outras (substâncias)”.
“Nossas conclusões confirmam outros trabalhos que afirmam que a classificação atual das drogas tem pouca relação com as evidências de danos”, diz o estudo.
“Elas também consideram como uma estratégia de saúde pública válida e necessária o combate agressivo aos males do álcool.”
Fonte G1
Uso da toxina é prático, com poucos efeitos colaterais, apesar de ser caro.
Estudos brasileiros e internacionais comprovaram que a toxina botulínica, mais conhecida como Botox, consegue acabar com as dores de pacientes que sofrem com um dos piores tipos de dor de cabeça que existe: a enxaqueca crônica. O uso excessivo de remédiospara conter a dor faz com que seu efeito vá se perdendo ao longo do tempo, tornado-se ineficaz para combatê-las.
Já as injeções de toxina botulínica do tipo A aplicadas a cada quatro meses nas regiões da testa (frontal), têmporas (temporal), atrás da cabeça (parietal) e no pescoço (occipital) conseguiram diminuir as dores até extinguí-las em poucos dias.
A enxaqueca tem como sintomas principais dores pulsantes de um lado da cabeça, moderadas ou fortes, associadas à náusea, vômito, intolerância à luz e ao barulho, com duração média de quatro a 72 horas. Isso porque o Botox contém a toxina do botulismo que, ao ser injetada em pequenas doses, paralisa o músculo e evita sua contração, eliminando os focos de dor. Seu uso para fins médicos e estéticos foi aprovada há 20 anos nos Estados Unidos.
Mesmo oferecendo efeito temporário, de quatro a seis meses, como ocorre nos tratamentos estéticos, as injeções se mostram vantajosas no tratamento da enxaqueca ao oferecerem bem menos efeitos colaterais do que os remédios, segundo o neurologista Ailton Melo, da Universidade Federal da Bahia, autor de três estudos sobre o uso da toxina em tratamentos neurológicos, reconhecidos internacionalmente.
Em dois deles, realizados entre 2007 e 2009, o médico e sua equipe aplicaram a toxina botulínica do tipo B – a única reconhecida para uso em humanos – em pacientes com enxaqueca crônica, no Hospital das Clínicas da Universidade. Segundo Melo, a toxina se mostrou ligeiramente superior no ponto de vista de eficácia e bem superior diante dos efeitos colaterais.
- A toxina botulínica atua nos receptores neuromusculares, inibindo a saída de acetilcolina, [neurotransmissor liberado por células nervosas, que chega às células musculares, causando a contração do músculo]. Ao impedir a liberação de acetilcolina, inibe a contração muscular, relaxando o músculo.
Os pacientes que receberam as injeções no hospital baiano apresentaram apenas problemas relacionados às picadas da agulha, enquanto os que continuavam a tomar remédios ganharam peso e apresentaram sonolência, taquicardia, boca seca, constipação, manchas avermelhadas na pele e edema.
O tratamento padrão da enxaqueca pode envolver o uso de antidepressivos, anticonvulsivantes, remédios para labirintite, pressão e coração, de acordo com a necessidade do paciente. Ao longo do tempo o “coquetel” pode não surtir mais efeito, por isso o Botox aparece como um grande trunfo, afirma a neurologista Célia Roesler, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia.
- A toxina age exatamente onde o paciente sente dor, paralisando a musculaturas destes locais.
De acordo com a neurologista, o Botox tem boa tolerância neste tipo de tratamento e causa apenas pequenas dores e hematomas no local das aplicações. Mas em alguns casos, pode haver paralisias musculares temporárias e uma leve queda da pálpebra.
Remédios dão conta dos casos mais leves
Segundo o neurologista Marcelo Ciciarelli, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia, o tratamento deve ser realizado somente em casos crônicos, ou seja, em pessoas que sofrem de dores frequentes na cabeça ao menos em 14 dias, durante três meses. Já que casos isolados e espaçados não demandam muitos medicamentos.
Ciciarelli ressalta que não se deve fazer aplicações em um período menor do que os quatro meses, pois há perigo de o corpo criar anticorpos que “ataquem” a toxina e desativem o tratamento. A grande desvantagem no uso do Botox é o preço. Cada aplicação pode custar de R$ 800 a R$ 1.200.
O uso do Botox para essa finalidade não é novo no Brasil, mas o tratamento não segue um padrão, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Com a recente aprovação da toxina para este fim, feita pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão americano que controla os produtos alimentícios e medicamentos que chegam ao mercado, o padrão tende a ser seguido mundialmente. No último dia 15, o órgão aprovou a aplicação das injeções a cada 12 semanas, na cabeça e no pescoço de adultos com enxaqueca crônica.
Fonte R7
Causa fadiga N º 1: não dormir o suficiente
Pode parecer óbvio, mas você poderia ter dormido muito pouco. Isso pode afetar negativamente a sua concentração e da saúde. Os adultos devem ficar de sete a oito horas por noite.
Correção: Faça o sono uma prioridade e manter uma programação regular. Nada de laptops, telefones celulares e PDAs do seu quarto. Ainda tem problemas? Procure ajuda de um médico. Você pode ter um distúrbio do sono.
Fadiga Causa n º 2: a apnéia do sono
Algumas pessoas pensam que eles estão dormindo o suficiente, mas a apnéia do sono fica no caminho. Ele brevemente pára a sua respiração durante a noite. Cada interrupção acorda-lo para um momento, mas você pode não estar ciente disso. O resultado: você está privado de sono, apesar de passar oito horas na cama.
Correção: Perca peso se estiver acima do peso, parar de fumar, e dormir com um dispositivo de CPAP para ajudar a manter as passagens das vias aéreas abertas durante a noite.
Fadiga Causa n º 3: Não combustível suficiente
Comer muito pouco causas da fadiga, mas comem os alimentos errados também pode ser um problema. Comer uma dieta equilibrada ajuda a manter o açúcar no sangue em uma escala normal e impede que o sentimento lento quando o açúcar no sangue cai.
Correção: Coma sempre o pequeno almoço e tente incluir proteínas e carboidratos complexos em cada refeição. Por exemplo, comer ovos com torradas de grãos integrais. Também as refeições e lanches ao longo do dia para sustentada a energia .
Fadiga Causa n º 4: Anemia
A anemia é uma das principais causas da fadiga em mulheres. Perda de sangue menstrual podem causar deficiência de ferro, colocando as mulheres em risco. Os glóbulos vermelhos são necessários porque eles transportam oxigênio para os tecidos e órgãos.
Correção: Para a anemia causada por deficiência de ferro, tomar suplementos de ferro e comer alimentos ricos em ferro, como carnes magras, fígado, marisco, feijão e cereais enriquecidos, pode ajudar.
Causa fadiga No. 5: Depressão
Você pode pensar que a depressão como um transtorno emocional, mas que contribui para muitos sintomas físicos também. Fadiga, dores de cabeça e perda de apetite são alguns dos sintomas mais comuns. Se você se sentir cansado e “para baixo” por mais de duas semanas, consulte o seu médico.
Correção: A depressão responde bem à psicoterapia e / ou medicação.
Fadiga Causa n º 6: O hipotireoidismo
A tireóide é uma pequena glândula na base do pescoço. Ele controla o seu metabolismo, a velocidade com que o corpo converte o combustível em energia. Quando a glândula está hipoativa e as funções do metabolismo muito lento, você pode se sentir lento e pesado.
Fadiga Causa n º 7: Sobrecarga de cafeína
A cafeína pode melhorar a atenção e concentração em doses moderadas. Mas em excesso pode aumentar a freqüência cardíaca, pressão arterial e tremores. E a pesquisa indica muito realmente provoca cansaço em algumas pessoas.
Correção: Aos poucos, cortar no café, chá, chocolate, refrigerantes e outros medicamentos que contenham cafeína. Parando de repente a retirada da cafeína pode causar mais cansaço.
Causa fadiga No. 8: ITU Hidden
Se você já teve uma infecção do trato urinário (ITU), você provavelmente está familiarizado com a dor em queimação e sensação de urgência. Mas a infecção, nem sempre se anunciar com tais sintomas óbvios. Em alguns casos, a fadiga pode ser o único sinal. Um teste de urina pode confirmar rapidamente uma UTI. Correção: Os antibióticos são a cura para a UTIs, e à fadiga geralmente desaparecem em uma semana.
Causa fadiga No. 9: Diabetes
Em pessoas com diabetes, níveis anormalmente elevados de açúcar no sangue permanecem em vez de digitar as células do corpo, onde seria convertida em energia. O resultado é um corpo que funciona fora do vapor, apesar de ter o suficiente para comer. Se você tiver inexplicável, fadiga persistente, pergunte ao seu médico que está sendo testado para o diabetes.
Correção: Os tratamentos para a diabetes podem incluir mudanças de estilo de vida como dieta e exercício, terapia com insulina e medicamentos para ajudar o corpo a processar o açúcar.
Fadiga Causa n º 10: Desidratação
Seu cansaço pode ser um sinal de desidratação. Se você está trabalhando fora ou trabalhando em um trabalho de escrivaninha, seu corpo precisa de água para funcionar bem e manter a calma. Se você está com sede, você já está desidratado.
Correção: Beba água durante todo o dia assim que sua urina ficará na cor clara. Beba pelo menos dois copos de água uma hora ou mais antes da atividade física. Beba, também durante o treino e depois beber mais dois copos.
Causa fadiga N º 11: Doenças do Coração
Quando ocorre a fadiga durante atividades diárias, como limpar a casa ou capinar o quintal, pode ser um sinal de que seu coração não está mais à altura da tarefa. Se você perceber que está se tornando cada vez mais difícil para terminar as tarefas que antes eram fáceis, converse com seu médico sobre a doença cardíaca.
Correção: Estilo de vida muda, os medicamentos e procedimentos terapêuticos podem ter doença de coração sob o controle e restaurar sua energia.
Fadiga Causa n º 12: Transtorno do Sono
Trabalhar à noite ou turnos rotativos pode perturbar o seu relógio interno. Você pode se sentir cansada, quando você precisa ser acordado. E você pode ter problemas para dormir durante o dia.
Correção: Limite a sua exposição à luz do dia quando você precisa descansar. Faça o seu quarto escuro, silencioso e fresco. Ainda com problemas de sono? Converse com seu médico. Suplementos e medicamentos podem ajudar.
Causa fadiga No. 13: Alergias Alimentares
Alguns médicos acreditam que as alergias alimentares escondidas podem fazer você sonolento. Se sua fadiga intensifica após as refeições, você poderia ter uma intolerância leve a algo que você está comendo – não o suficiente para causar prurido ou urticária, apenas o suficiente para torná-lo cansado.
Correção: Tente eliminar os alimentos um de cada vez para ver se melhora o seu cansaço. Você também pode perguntar ao seu médico sobre um teste de alergia alimentar.
Causa fadiga N º 14: CFS e fibromialgia
Se sua fadiga dura mais de seis meses e é tão grave que você não pode controlar suas atividades diárias, síndrome da fadiga crônica ou fibromialgia é uma possibilidade. Ambos podem ter vários sintomas, mas sem explicação, cansaço persistente é um principal.
Correção: Enquanto não há solução rápida para o CFS ou fibromialgia, os pacientes geralmente se beneficiam de mudar sua programação diária, aprendendo hábitos de sono melhor, e iniciar um programa de exercícios leves.
Reparo rápido para fadiga leve
Se você tem cansaço leve, que não está ligada a nenhuma condição médica, a solução pode ser o exercício. A pesquisa sugere, mas cansado adultos saudáveis podem receber um impulso de energia significativa a partir de um programa de exercícios modestos. Em um estudo, os participantes montaram uma bicicleta estacionária por 20 minutos em ritmo leve. Fazer isso apenas três vezes por semana é suficiente para combater a fadiga.
Disfunção erétil, obesidade, diabetes, estresse e maior suscetibilidade para contrair doenças são alguns dos problemas que podem ser causados por distúrbios de sono.
Estima-se que um terço da população da cidade de São Paulo tenha algum problema para dormir adequadamente.
Estudar os efeitos da privação de sono tem sido, desde 1995, o foco da pesquisa de Monica Andersen, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ela coordena um trabalho de investigação dos efeitos da privação e da restrição de sono na função reprodutiva de ratos machos, que conta com o apoio FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.
Integrante do Centro de Estudos do Sono/Instituto do Sono, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela FAPESP, Monica apresentou resultados de seu trabalho com animais durante a 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE).
Na ocasião, ela concedeu à Agência FAPESP a entrevista a seguir, na qual resume resultados do laboratório que coordena e de outras pesquisas voltadas aos problemas do sono.
Agência FAPESP – De quantas horas de sono precisamos?
Monica Andersen – Não há uma resposta única. A média são oito horas diárias, mas uma pessoa pode ficar bem com quatro horas, enquanto outra precisará de dez. Chamamos os extremos de “pequenos dormidores” e “grandes dormidores”. Agora, se me perguntar de quantas horas você precisa, temos que ver primeiro como você acorda.
Agência FAPESP – Pela manhã, quais são os sinais de uma noite bem dormida?
Monica Andersen – Quem acorda abrindo a janela, de bom humor, dormiu a quantidade de que precisava. Quem acorda já cansado, com a sensação de que um caminhão passou por cima, ainda que tenha ficado na cama mais de nove horas, não teve um sono suficiente ou reparador.
Agência FAPESP – A quantidade de sono por noite pode ser modificada ao longo do tempo?
Monica Andersen – Sim, essa mudança ocorre ao longo da vida. Ao nascer, costumamos dormir 16 horas por dia. No fim da vida, precisamos de poucas horas. O problema é que a sociedade está forçando essa redução, tentando se adaptar à falta de sono.
Agência FAPESP – Estamos dormindo menos do que as gerações anteriores?
Monica Andersen – Nossa sociedade é cronicamente privada de sono. Há uma denominação nos Estados Unidos que é sintomática, da “sociedade 24 por 7”, isto é, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Que não para jamais.
E isso traduz muito bem o que vivemos atualmente. Nós queremos a sociedade 24 por 7, principalmente nas grandes cidades. Nós participamos dessa autoprivação de sono. Queremos fazer mais um curso, terminar mais um trabalho e tudo o mais que conseguirmos encaixar em nosso dia e quem paga por tudo isso é o sono. Por que simplesmente não vamos dormir e deixamos as tarefas para o dia seguinte? Isso é cada vez mais impensável.
Agência FAPESP – Que problemas essa privação pode causar?
Monica Andersen – Um deles é o acúmulo de gordura em nosso corpo. A privação de sono aumenta o apetite por comidas calóricas, estimula o hormônio da fome (grelina) e reduz o hormônio da saciedade (leptina). Pouco sono também afeta o desempenho no trabalho ou estudo e provoca pequenos deslizes que afetam nosso rendimento. Há algumas profissões em que deslizes são particularmente perigosos, como aquelas ligadas à segurança ou à saúde pública.
Agência FAPESP – Não é paradoxal que justamente as profissões que envolvem grande responsabilidade e não podem ter tais deslizes sejam justamente aquelas que têm jornadas extenuantes, como médicos, policiais, pilotos de avião ou caminhoneiros?
Monica Andersen – De fato. Uma das consequências mais sérias da falta de sono atualmente é o aumento no número de acidentes. Em fevereiro de 2009, por exemplo, na cidade de Buffalo, nos Estados Unidos, a queda de um avião em uma área residencial matou 50 pessoas. A investigação concluiu que a causa mais provável do acidente foi a fadiga dos pilotos e os registros da jornada de trabalho realmente mostraram que eles haviam trabalhado horas excessivas. Também nos Estados Unidos, houve outro caso em que um avião simplesmente passou do aeroporto de destino e isso só foi notado uma hora depois. A causa do erro foi que os dois pilotos haviam dormido. Na medicina é a mesma coisa, há estudos mostrando que, no fim de um plantão, o número de erros médicos é bem maior.
Agência FAPESP – Essa situação tem piorado?
Monica Andersen – Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até às 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana às seis da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.
Agência FAPESP – Que consequências essa rotina pode trazer?
Monica Andersen – Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.
Agência FAPESP – É um problema que atinge outras faixas etárias?
Monica Andersen – Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades on-line e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.
Agência FAPESP – Quais são os principais distúrbios de sono que essas rotinas causam?
Monica Andersen – Temos visto muita insônia em mulheres. Em São Paulo, cerca de um terço delas tem problemas para dormir adequadamente. Mas os homens também sofrem de insônia. E 32,9% da cidade de São Paulo tem a síndrome da apneia do sono, que pode levar à sonolência excessiva diurna.
Agência FAPESP – O que caracteriza a apneia do sono?
Monica Andersen – São paradas respiratórias durante o sono. Essas paradas podem ocorrer até 80 vezes por hora, ou mais de uma vez por minuto. Com isso, o coração tem que bater muito mais forte para levar o oxigênio para o cérebro. Imagine a pressão arterial dessa pessoa, uma vez que isso ocorre todas as noites. A apneia do sono é mais prevalente em homens e, entre seus principais fatores de risco, está a obesidade.
Agência FAPESP – A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?
Monica Andersen – Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar a fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não têm a função erétil adequada.
Agência FAPESP – Isso pode ser extrapolado para seres humanos?
Monica Andersen – Em 2007, fizemos o Episono, um grande levantamento epidemiológico no qual foram analisados 1.042 voluntários refletindo uma amostra representativa da população da cidade de São Paulo. Foi nesse estudo que levantamos que cerca de um terço dos moradores da capital paulista sofre de apneia do sono. Não estamos falando de gente que acha que tem a doença, são pessoas que foram diagnosticadas em laboratório de sono por médicos especialistas em sono com a síndrome. É um número enorme. Isso explica por que existem mais de 400 laboratórios de sono espalhados pelo Brasil e por que todos ficam lotados.
Agência FAPESP – O estudo encontrou problemas sexuais nas pessoas com a síndrome da apneia do sono?
Monica Andersen – O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM tinha maior probabilidade de ter queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.
Agência FAPESP – E quanto aos que dormiam bem?
Monica Andersen – Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.
Agência FAPESP – Em mulheres essa relação também é encontrada?
Monica Andersen – Fizemos testes de privação de sono com ratas e observamos que, quando elas são privadas de sono REM em fases nas quais estão receptivas para o sexo, o desejo sexual aumenta muito. Por outro lado, quando a privação de sono REM foi imposta em fases nas quais a fêmea não estava disposta ao acasalamento, equivalentes à tensão pré-menstrual da mulher, a rejeição ao macho aumentou bastante. Registramos ratas agredindo os machos para evitar a relação. Mas não dá para extrapolar para as mulheres comportamentos como esse, porque, além do ciclo menstrual, a mulher também recebe influências de uma série de alterações psicológicas. Nessa linha, estou fazendo uma pesquisa com a ginecologista Helena Hachul, também da Unifesp, para averiguar se a privação de sono pode afetar a reprodução nas mulheres. Para isso, estamos investigando a relação entre qualidade de sono e gestação.
Agência FAPESP – A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?
Monica Andersen – Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo.
Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco ao diabetes e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha.
Conheço uma mulher jovem, de 23 anos, que dorme muito pouco e tem um colesterol altíssimo, por volta de 300. Essa foi inclusive parte de um trabalho meu, de 2004, que mostrou, em ratos, que a privação de sono provoca o aumento do colesterol ruim, o LDL.
Agência FAPESP – Qual é o papel do sono no sistema imunológico?
Monica Andersen – Há exemplos muito interessantes em relação a isso. Muitos idosos que tomam a vacina contra a gripe voltam ao médico doentes dizendo que a vacina “não pegou”. Isso pode estar relacionado ao fato de o sono deles não estar bem consolidado.
Um trabalho de 2003 na Alemanha acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e eles também não formaram anticorpos.
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