Se você está verdadeiramente interessada por um homem, saiba que terá que usar armas muito mais fortes do que olhares cobiçadores. Isto porque a grande maioria dos homens nasce com os sentidos embotados para a sutilidade, talvez em razão do nosso massacrante passado paleolítico, quando éramos obrigados a sair do abrigo da caverna para caçar animais ferozes à unha.
Sim, sim, temos olhos, mas não fomos dotados por Deus com a visão detalhista da bicha. Pouco distinguimos combinações e matizes, além disto, somos muito ruins em emitir julgamentos de mérito nesta área. Isto não impede o nosso carma de sermos permanentemente instados a opinar sobre as roupas das nossas mulheres, ao que respondemos sem graça: -você está linda querida (mesmo que ela esteja vestindo o trapo de Barrabás na cruz)! Quando isto acontece, desejamos que um buraco se abra debaixo dos nossos pés, numa saída justa e decente!
A grosso modo, a nossa percepção tacanha nos diz apenas se ela está sexy ou não, ainda mais quando se sabe que roupas são acessórios criados exclusivamente para mostrar o supérfluo e esconder o essencial.
As tais imperfeições, ossos do ofício feminino, que tanto aterrorizam as mulheres, nos passam praticamente desapercebidas. Se soubessem disto, muitas delas não teriam morrido nas mesas de cirurgia, nem tantas outras teriam herdado cicatrizes atrozes de procedimentos estéticos mal sucedidos. Desconfio que quando as mulheres tentam adivinhar como as olhamos, no máximo conseguem se ver com olhos de boiola, ou metrossexual, o que dá no mesmo.
Por falar em lipo mal sucedida, olha só no que deu esta abdominoplastia, isto sim, muito pior do que uma barriga fofinha.
Não prestamos muita atenção nas coisas feitas para serem abstraídas, entretanto, as únicas peças do vestuário íntimo que aborrecidamente percebemos são calcinha e sutiã da cor bege. Não sei qual é a mágica alimentadora desta antipatia, só sei que é assim. Medite no porquê raramente aparece lingerie bege na Playboy, mesmo que as mulheres amem a praticidade dessa indumentária no dia a dia.
Calma, calma, me deixa explicar! Como estamos sempre vidrados em belezura, negligenciamos um aspecto crucial no futuro desenvolvimento da relação. Todavia, como se fora um efeito colateral tardio, passamos a perceber a inteligência com o passar do tempo, quando a fascinação inicial pela beleza pode se transformar em nojo (diante da burrice mentecapta), ou ir se aprofundando na medida que valores mais densos se alevantam.
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