A confusão também se explica porque, no início da fase científica, os médicos da época aprenderam a classificar primeiro as doenças físicas atribuindo-lhes nomes e agrupando seus sintomas em quadros clínicos e síndromes. Resolveram também agrupar as alterações do comportamento - que chamaram de “doenças mentais” - sob os mesmos parâmetros, julgando-as iguais às doenças físicas, igualando assim origens físicas com origens subjetivas (não-físicas).
Sabe-se hoje que não podemos consertar os defeitos do corpo de um computador do mesmo jeito que consertamos seus programas, pois cada coisa tem uma origem diferente. O mesmo acontece entre o corpo humano (máquina) e o psiquismo ou mente (conjunto de programas).
São situações diferentes, requerendo processos de abordagem diferentes. Portanto, a molécula química de um remédio ou outro qualquer método físico ou químico não pode mudar a natureza ou caráter de um sentimento, princípio, valor, experiência, talento, habilidade ou aprendizagem. As energias tensionais ou atributos não-físicos da mente não obedecem aos mesmos processos utilizados para lidar com a parte física do corpo, daí o fato de parecerem misteriosas.
A Construção do Cérebro
Cientistas mostram que as experiências durante a infância alimentam os circuitos nervosos e determinam o futuro da inteligência.
Retirado da revista Veja (Editora Abril)
(...)Pesquisadores de diversas partes do mundo estão descobrindo que há etapas definidas para o desenvolvimento do cérebro das crianças, e informam que a inteligência, a sensibilidade e a linguagem podem e devem ser aprimoradas na escola, no clube e, especialmente, dentro de casa. E maior surpresa: o gosto pela ciência, pela arte e pelas línguas ocorre muito mais cedo do que se imaginava.
Em 1 quilo e
Amor e Identidade
Uma personalidade integrada é o resultado de uma personalidade forte, que é o resultado inevitável de uma convivência sintônica dentro e fora da família.
Podemos afirmar que o Amor nutre e fortalece a Identidade, que ajusta e equilibra a personalidade do indivíduo. Ilustrando num esquema poderia ser assim:
É lógico pensar que o sentimento de amor seja mais intenso e esteja mais vinculados às pessoas com as quais se convive de perto. São os filhos, o cônjuge, o namorado, o noivo, os pais e os parentes.
Os sentimentos de amizade, companheirismo ou camaradagem poderiam ser entendidos como variantes menos intensas do amor. Poderiam servir para substitui-lo temporária e precariamente nos momentos de solidão. Serviriam também para ampliar relações sociais e de lazer.
Outras formas de amor como a generosidade, a solidariedade, a bondade e o altruísmo, servem para reproduzir interna e externamente os efeitos integradores dessas formas de amor e propiciar um clima sintônico favorável.
Há pessoas que acreditam que o amor não deve ser manifestado com freqüência porque se desgasta pelo uso e vai diminuindo como se fosse um pedaço de giz; ou porque pode ser mal interpretado e ridicularizado, atingindo a nossa imagem de pessoa “forte”.
Certo ? Errado !!! Quanto mais se exercita, mais ele cresce; quanto mais manifestamos mais fortes nos sentimos. É como um bom poço: quanto mais água tiramos, mais água aparece.
Já dissemos que o Amor é o alimento principal da Identidade. A maioria dos pais e educadores valoriza a educação formal, o vestuário, a higiene pessoal, o exercício físico e intelectual dos filhos. Grande parte esquece de prepará-los para a vida e para a convivência, isto é, para serem felizes, subvalorizando a importância do desenvolvimento da sua personalidade como cidadãos de si próprios e da sociedade.
A Ficção do Congelamento:
Quem é o culpado ?
O homem é o único animal na face da Terra que consegue criar situações novas. Grande parte das alterações existentes na sua cultura e no meio ambiente foram provocadas, conscientemente ou não, pela ação do seu comportamento.
Se suas ações resultam em avanços ou em problemas, fica a critério de cada leitor o privilégio da palavra final sobre esse assunto.
Resolvemos, no entanto, através de um pensamento fictício, imaginar o que aconteceria na Terra se o comportamento humano pudesse ser congelado e paralisado.
Seria mais ou menos assim: a partir de um determinado dia, o comportamento de todas as pessoas ficaria congelado, parado no tempo; como se todos, imobilizados, permanecessem trezentos anos nessa situação.
Ninguém envelheceria ou sofreria qualquer perda, apenas ficaria paralisado durante esse tempo, depois tudo voltaria ao normal.
Vamos pensar juntos: o meio ambiente se tornaria mais limpo, menos contaminado. Animais e plantas em via de extinção voltariam a crescer e se reproduzir, assumindo novamente suas populações originais e ficariam mais exuberantes. A violência, a miséria, a fome e todos os demais problemas humanos, ficariam também adiados durante esse tempo.
Quando as pessoas acordassem dessa paralisação, veriam uma situação ambiental bastante modificada. Essa situação poderia causar uma forte impressão e dar novas chances de reflexão para todos. Poderia ocorrer, também, que todos os problemas, após o congelamento voltassem e acontecer exatamente como eram antes e tudo iriam se repetir novamente.
Esse ensaio de imaginação serve apenas para demonstrar que não são os animais, vegetais e elementos da natureza, os responsáveis pelos problemas existentes.
Fica reforçada a idéia de que os seres humanos ainda não conseguiram se organizar e se comportar adequadamente para um convívio mais harmonioso com a natureza e com seus semelhantes.
Quisemos, propositadamente, através da ficção do congelamento, representar a necessidade atual de uma “parada para pensar”. Uma reflexão sobre as possibilidades de mudança.
Comportamento Reativo
no “dia-a-dia”
Entramos em contato com tantas pessoas na vida diária que, muitas vezes, não lembramos mais dessas pessoas e nem o que dissemos para elas. Pais e educadores falam diariamente com seus filhos e alunos. São tantas as solicitações, perguntas e respostas que, por força do hábito, elas se tornam contatos superficiais de pouca importância.
A vida agitada dos dias atuais nos condiciona a resolver tarefas o mais rapidamente possível e a fazer contatos pessoais cada vez mais breves e de forma desatenta. Fazemos os contatos usando apenas o lado informativo e prático, esquecendo da parte densamente humana e formativa, ou seja, da Relação de Qualidade.
Essa postura particularmente educativa e orientadora, só é lembrada quando o destinatário do contato (filho ou filha) apresenta, de forma avançada, comportamento problemático (reativo). É comum na família e na escola as crianças e adolescentes com “problemas”, receberem mais atenção do que as crianças e adolescentes “normais”, isto é, nós preferimos lidar com os problemas do que com as pessoas.
Já vimos anteriormente que é nessa fase da vida que os indivíduos apresentam as mais intensas transformações no seu corpo e na sua personalidade. Exigem mais atenção, solicitam mais, brigam mais. O seu psiquismo nesse período apresenta-se mais reativo porque busca, apesar e por causa da sua imaturidade, soluções internas para diferentes dúvidas, inseguranças e medos, próprios desse período de desenvolvimento.
Acontece nessa faixa de transição uma espécie de “arrumação” no interior da psiquismo para que o indivíduo possa adaptar-se e ajustar-se às situações da vida adulta.
Não existem crianças ou adolescentes absolutamente normais mas, sim,
Às vezes nos deparamos com situações surpreendentes: uma criança ou adolescente que ia vivendo normalmente, passa a apresentar condutas inesperadas, transformando-se em problema para a família e para a escola.
O afloramento do comportamento reativo, mostra que ela sozinha não conseguiu mais administrar adequadamente essa fase de transição, iniciando suas sinalizações para o lado de fora através do comportamento. Nesses casos pais e educadores reagem inadequadamente a essas situações durante um longo tempo e quando as coisas pioram apelam para os profissionais da área do comportamento.
Um grande número de pais e educadores ainda pensa que essas situações só possam ser resolvidas por psicólogos, psiquiatras ou psicanalistas. Puro engano. Esses profissionais só devem ser solicitados nos casos mais graves, mais adiantados, onde a prevenção não se fez presente.
Recordemos os indígenas com a formulação de duas perguntas:
• Por que nas sociedades indígenas não existem educadores, psicólogos, psiquiatras e terapeutas ?
• Existem pais, famílias biológicas e famílias extensas ?
Na verdade, o que chamamos de Relação de Qualidade é uma postura nova, diferente, diante de crianças e adolescentes; uma mudança real e espontânea originada da consciência de que os adultos são, durante as primeiras fases do desenvolvimento humano, os modelos fundamentais para o fortalecimento normal da personalidade de crianças e jovens. Como se fossem os joalheiros responsáveis pela “lapidação” da pedra bruta que formará as gemas de alto valor para as futuras gerações.
As Flores
És muito poderosa nas tuas fantasias,
mas te sentes fraca na tua solidão,
porque, nas tuas fantasias, guardas avaramente todo o amor para ti.
E quando estas só, percebes que nada te sobrou.
Se as flores se abrem belas e perfumadas,
generosamente, sem nada pedir,
é porque a Vida para elas significa
um gesto espontâneo de amor.
Alguém seria capaz de compreender as experiências e os sentimentos do autor que produziu esta poesia ?
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